Artigo | O fantasma dos reboots e remakes e “refaz tudo mesmo”

Artigo | O fantasma dos reboots e remakes e “refaz tudo mesmo”

17/07/2016 0 Por Surya

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Antes de falarmos sobre o fantasma dos remakes e reboots vale a pena explicar a diferença entre eles, remake, reboot e remasterização. (Excluíndo as adaptações de Hqs e livros)


Remake:

A palavra significa exatamente o que indica sua tradução. Em inglês, remake quer dizer “refazer”. À via de regra, trata-se de uma nova produção de algo mais antigo, mas com algumas mudanças (ou não) em relação à obra original. Pode servir para os mais diversos fins, como atualizar uma história para um público contemporâneo, criar momentos que não eram possíveis no passado, fazer uma homenagem a títulos clássicos ou adequar o enredo e estilo de acordo com a continuidade da franquia.

Remakes são uma prática comum na indústria do cinema, principalmente. Como exemplos, dá para citar “Robocop”, do ano passado, dirigido pelo brasileiro José Padilha e uma reimaginação do clássico filme de ação de 1987

 

Reboot:

O termo poderia ser traduzido como “reinício” e define exatamente isso: um novo episódio de uma franquia já existente, mas ignorando as produções do passado e trazendo uma abordagem nova e totalmente diferente da anterior. A ideia também está presente no cinema. O Homem-Aranha, por exemplo, passa pelo segundo reboot em menos de dez anos agora que tem um novo ator e vai se unir aos Vingadores. Ainda falando de super-heróis, o “Homem de Aço” veio não apenas como um recomeço para a saga do Superman, desligando-o completamente dos filmes antigos, como também serve como porta de entrada para a Liga da Justiça nos cinemas.

O intuito, porém, pode ser semelhante ao de um remake: atualizar uma história para novas audiências ou criar enredos que não seriam possíveis no passado. Aqui, porém, um recomeço também pode servir para apagar episódios considerados como fracassos ou ressuscitar marcas que estavam no limbo. É o caso, por exemplo, dos novos episódios de Rock Band ou Guitar Hero, que querem fazer renascer o mundo dos instrumentos de plástico a partir de novas abordagens.

Remasterização:

Aqui está um dos principais pontos de engano, já que muitos fãs confundem os remasters que inundam o mercado atual com remakes. A diferença essencial é que, em uma remasterização, pouco ou nenhum trabalho adicional é realizado. As desenvolvedoras se focam em atualizar texturas, melhorar a resolução das cenas e tornar tudo mais compatível com as gerações atuais, criando quase nada no processo. Trata-se apenas de trazer um game antigo para os aparelhos atuais, tornando-o apenas mais bonito e compatível com novos padrões.

Aqui, temos também um termo que tem suas origens no cinema, designando um trabalho essencialmente semelhante. Uma remasterização consiste em resgatar obras antigas, retrabalhando sua qualidade original e melhorando-a para um lançamento, por exemplo, em Blu-ray. Sabe aqueles box todos de Star Wars que você tem na prateleira? Eles são remasterizações da obra original de George Lucas.


Update agosto 2017:

Death Note: A nova vítima dos remakes ou adaptações ou como foi dito. Filmagem livre. Confira aqui a nossa crítica.

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Faz tempo que os estúdios investem em adaptações no cinema,  além dos clássicos quadrinhos e  livros temos também as adaptações para jogos e os temidos reboots.

Este ano teremos o reboot do filme Caça-fantasmas grande sucesso dos anos 80.  Na época o filme de humor negro e divertido foi sucesso instantâneo, com uma trilha sonora sensacional e efeitos especiais fantásticos para a época.

O Ghostbusters tiveram uma continuação e uma série em desenho animado, quadrinhos, brinquedos e tudo o mais.

Este ano teremos uma versão feminina do grupo, e como o filme anterior salva a humanidade de uma  invasão fantasmagórica.

O novo filme Caça Fantasmas bateu recordes de trailer com o maior número de haters da história do YouTube (*imagem até a data 26/06/2016).

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https://www.youtube.com/watch?v=

 

Não sabemos ao certo o que deu errado no meio do caminho, nem vou arriscar um palpite. Mas aí que vêm a grande pergunta. Será que existe realmente a necessidade de clássicos serem refeitos?

Será que o cinema realmente precisa apostar tanto nos reboots? Será que os estúdios estão tão inseguros com as novas produções que não querem mais arriscar no novo?

Os saudosos anos 80 foram inundados de produções totalmente nonsense. Arriscava-se de tudo, literalmente do lixo ao luxo, e por incrível que pareça a maioria deu muito certo.

Será que há 30 anos os roteiristas estavam mais criativos e acertavam mais ou as pessoas estavam menos exigentes?

Eu arrisco um palpite. As distribuidoras estavam mais criativas. Visto que os filmes “antigões”, mesmo com os efeitos especiais precários, ainda fazem sucesso.

Há uma lista enorme de obras que deram certos e outras que nem tanto. Nem vou discutir se vale a pena, alguns estúdios acertaram e outros não. Se passarmos uma peneira muito final teremos com certeza mais de uma centena de reboots e remakes.

Nos próximos anos teremos mais adaptações de clássicos, e isso me dá um certo medo. Para quem já é veterano de cinema, é impossível não fazer comparações. Um efeito colateral para inevitável que caí sobre os reboots. Há sempre quem compare e ame incondicionalmente os originais.

Fotos da pré estreia do filme

Foto da pré estreia em um cinema em São Paulo

O filme Caça Fantasmas será um divisor de águas nessa história toda. Durante a pré estreia o público riu bastante, prova que a receita deu certo. Destaque para a dupla “não principal” da turma. A loura maluquete Jillian Holtzmann (Kate McKinnon) e a competente mas engraçadíssima Patty Tolan (Leslie Jones) que dão o tom a história. Chris Hemsworth fez a platéia rir com seu personagem louro burro e gostoso Kevin. Cobiçado pelas meninas. Dizem que o ator é quem improvisou os diálogos.

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Há participações especiais dos atores do original durante todo o filme e não saia da cadeira até acender as luzes, há cenas pós créditos como estamos acostumados.

Até agora não sabemos se o boca-a-boca salvará o filme ou se a entrará para a história como o filme mais odiado e com pior bilheteria? Só o futuro dirá. Ou isso será um alerta para os estúdios que essa tendência de reboots e poucas obras originais é um caminho que deve mudar no futuro.

Sem suma: Remake”,“reboot”,“spin-off”,“prequel”,“franquia”. No fim é tudo falta de originalidade mesmo!

Em uma mesa geek sempre há espaço para um bom debate, quem é o melhor ou pior em cada categoria, arriscamos uma lista dos reboots no cinema (sei que toda lista sempre há que discorde), vale lembrar que é um parâmetro a título somente de curiosidade. Confira aí e seja feliz.

 

Confira a lista dos piores:

Carrie, A Estranha (2013)

Água Negra (2005)

Godzilla (1998)

A Névoa (2005)

A Hora do Pesadelo (2010)

Conan, o Bárbaro (2011)

O Sacrifício (2006)

Oldboy – Dias de Vingança (2013)

Planeta dos Macacos (2001)

Psicose (1998)

Karate Kid (2010)

 

Os que precisam de um reboot urgente

Resident Evil

Demolidor

Bússola Dourada

Eragon

Lanterna Verde

Ghost Rider

Spawn

Quarteto Fantástico

Avatar: o Último Mestre do Ar

Dragon Ball: A Evolução

 

Aqui valeu a pena mudar tudo (há quem discorde)

Star Trek

O Silêncio dos Inocentes

Planeta dos Macacos: A Origem

Casino Royale

O Incrível Hulk

Batman Begins

O Homem de Aço

Anjos da Lei

Dredd

Por Um Punhado de Dólares

Missão Impossível

Um desafio, como ficaria Mad Max Estrada da Fúria nessa lista maluca?

 

Tivemos também uma continuação do clássico Caçadores de Emoção

 

A lenda de Tarzan
[button link=”http://www.aumanack.etc.br/2016/07/14/nos-assistimos-o-otimo-a-lenda-de-tarzan-confira-nossa-critica/” newwindow=”yes”] Confira a nossa crítica[/button]
Ben-Hur
Máquina Mortífera (TV)
O exorcista (TV)
Time after time (TV)
MacGyver (TV)
Dia de treinamento (TV)
Alta Frequência (TV)
Star Trek (TV)
 
Taken (TV) *trailer não disponível

 

Confira lista de 108 filmes que estão em planejamento para continuações ou reboots, em inglês.