Artigo| O biquini no cinema: Uma história antes da Princesa Leia

Artigo| O biquini no cinema: Uma história antes da Princesa Leia

25/08/2016 0 Por Surya
Barbarella

Brigitte Bardot em Barbarella 1962

 Talvez um dos assuntos mais polêmicos de 2015 foi a declaração de Carrie Fisher sobre o uso do icônico biquini dourado em Star Wars Retorno de Jedi.

Para quem não sabe em outubro de 2015 a veterana atriz aconselhou a novata Daisy Ridley a não ceder aos desejos da indústria cinematográfica. “Você deve lutar pela sua roupa. Não seja uma escrava como eu”, para a revista Interview. Sabemos que George Lucas se inspirou em clássicos da ficção científica como Flash Gordon e Barbarella e talvez a intenção não fosse “causar” mas na realidade mesmo passado 30 anos a internet virou um “furdunço” tão grande que a Disney teve que proibir a comercialização desse produto. Polêmicas a parte o biquini nem sempre foi mau visto nas telas do cinema.

As estrela dos anos 40, 50 e 60 não hesitaram em deixar-se filmar para as suas películas e também para fins promocionais. Raquel Welsh, Ursula Andress, Jayne Mansfield, Elke Sommer e Brigitte Bardot fizeram do bikini a mais poderosa das armas eróticas.
Por estranho que pareça, nomes como Marilyn Monroe, Ava Gardner, Rita Hayworth, Esther Williams e Kim Novak, posaram com esta peça de vestuário de uma forma muito mais recatada e menos ousada.
Este é o espaço ideal para postar umas fotos de miúdas com bikini, usando para isso desculpas tão nobres como “design”, “invenção” e “cinema”!

Barbarella um dos ícones mais fortes da sensualidade no cinema

Antes de virar ativista, antes de protestar contra a guerra do Vietnã, antes de ganhar dois Oscars, antes de fazer as pazes com o peso que sou sobrenome carregava, Jane Fonda foi Barbarella. A astro-navigatrix 5000 ficou na mente de milhões de marmanjos desde 1968. Abrindo o filme com um strip-tease em gravidade zero, ela faz um balé sensual dentro de sua nave espacial. Suas ideias sobre sexo e combate interestelar são muito diferentes. E ela serve como uma excelente inspiração para quem ainda não decidiu o que usar no carnaval.

Barbarella

O título de Barbarella, astro-navigatrix 5000, significa que ela é uma pessoa muito importante e tida em alta conta pelo presidente da Terra (Claude Dauphin) no ano 40000. Como nosso planeta, neste futuro distante, é completamente pacífico, o presidente zela para que nenhuma arma ameace a galáxia. E é por isso que ele manda Barbarella atrás do cientista Durand Durand (Milo O’Shea) na região de Tau Ceti. Até chegar a ele, Barbarella encontra criaturas peludas, o anjo cego Pygar (John Phillip Law) e muitas ameaças em um mundo de ficção científica pré-Star Wars.

Barbarella, assim como o recente sucesso “Azul é a cor mais quente”, surgiu nos quadrinhos. Isso não é coisa incomum de acontecer com quadrinhos franceses. Barbarella começou a ser publicada em 1962, e em muito antecipou a revolução sexual que começaria no final da década. A própria estrela do filme, Jane Fonda, alcançou o status definitivo de símbolo sexual com este papel, e mais tarde participou de outras manifestações que tomaram conta da década de 1970, em especial a favor de direitos civis igualitários e contra a guerra do Vietnã.

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A revolução sexual, que levou a uma grande mudança no papel da mulher na sociedade, é muito evidente neste filme. E isso porque a própria Terra passou por uma grande revolução sexual até que chegasse o ano 40000. As pessoas “fazem sexo” engolindo comprimidos e aproximando as mãos até que seus cardiogramas se alinhem. Risível, não? Outra tecnologia sexual estranha é o “orgasmotron”, uma máquina cuja finalidade você já deve ter adivinhado. E neste caso Barbarella lançou moda: a geringonça apareceu novamente no filme “Dorminhoco” (1973), na produção de Flash Gordon para o cinema (1974) e em “O demolidor” (1993), com Sylvester Stallone e Sandra Bullock.

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A influência principal do filme salta aos olhos, ou melhor, aos ouvidos. A banda Duran Duran, sucesso nos anos 80, tirou seu nome exatamente do personagem. Outra influência musical foi menos bem-sucedida: Barbarella virou um musical na cidade de Viena, ficando em cartaz por nove meses. Já os remakes foram completos fracassos: muito se especulou, mas nada foi feito. Entretanto, ainda há esperança: a Amazon tem planos de criar uma série sobre Barbarella.

A força motriz do filme é sem dúvida Jane Fonda. Ela foi a terceira escolhida para o papel, que já havia sido rejeitado por Sophia Loren e Brigitte Bardot. Coube ao diretor Roger Vadim, ex-marido de Bardot e então casado com Jane, convencê-la a aceitar a proposta. Só depois de ela ter aceitado é quee Vadim se tornou o diretor / roteirista do projeto.

barbarella_113Os efeitos especiais, um pouco bizarros se olhados hoje, causaram muito sofrimento para Jane e John Phillip. Foram muitas horas de dor e sufoco para gravar as cenas de Pygar voando e carregando Barbarella. Tudo isso foi feito em estúdios italianos, com grandes investimentos.

Nem Vadim nem Jane continuaram confiantes conforme foram filmando. O roteiro era escrito durante as filmagens, Vadim começou a afundar na bebida e Jane lutava silenciosamente com a bulimia. E a insegurança deles se mostrou certeira: Barbarella foi um fracasso de público e crítica, e vira e mexe ainda é apontado como um dos piores filmes de todos os tempos. Mas não é só tristeza: a partir d 1977, quando foi relançado, o filme foi visto com menos seriedade e atraiu uma legião de fãs. Virou cult. E todos que o viram não esquecem Barbarella.

Fonte: http://filmesegames.com.br/2014/barbarella-1968-pop-cine/

 


Muito antes do biquini

Em O Planeta Proibido, de 1956 a atriz Anne Francis aparece pela primeira vez com uma polêmica minissaia, dez anos antes de Mary Quant transformar esta vestimenta em um simbolo da emancipação feminina dos anos 60 e marca registrada dos modelitos femininos da série clássica Jornada nas Estrelas.

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Cena Star Trek a série clássica

Confira mais algumas fotos clicando aqui

 


 

Raquel Welch

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Já tinha usado um modelo pré-histórico no famoso Quando o Mundo Nasceu (Don Chaffrey, 1966) e ficou provado que os biquinis lhe assentavam muito bem.

O escândalo rebenta quando Raquel Welch interpretou um papel de um transexual no filme Myra Breckinridge (Michael Sarne, 1970), adpatação de um romance do polémico Gore Vidal, onde envergava um fenomenal biquini que representava a bandeira dos EUA.
Apesar disso esta actriz continuou a ser um dos maiores sex simbols de Hollywood de finais dos anos 60 e 70 graças às suas interpretações em Viagem Fantástica (Richard Fleischer, 1970), A Maior Bolada do Mundo (Ken Annakin, 1968), Lady in Coment (Gordon Douglas, 1968), Os Três Mosqueteiros (Richard Lester, 1973) e L’Animal (Claude Zizi, 1977).
Aqui fica mais um belo espécimen… o biquini, claro!

 


A origem do biquini

Há 60 anos, seu aparecimento causou escândalo, foi condenado pelas autoridades religiosas e proibido em muitos países: em 5 de julho de 1946, o francês Louis Réard apresentava em Paris “o menor traje de banho do mundo’, o biquíni.
Seu nome foi inspirado em uma verdadeira explosão, a do teste nuclear americano na ilha Bikini, quatro dias antes. Seu criador deu esse nome ao traje de banho de duas peças minúsculas (quatro triângulos unidos por tiras) por ser “tão explosivo” quanto uma bomba.
De fato, sua primeira apresentação ao público, na piscina Molitor de Paris, coube a uma bailarina do teatro de revista, Micheline Bernardini, porque Réard não conseguiu que nenhuma modelo aceitasse usar um traje de banho tão pequeno, visto que na época mostrar o umbigo era inaceitável, lembra Kelly Killoren Bensimon em seu livro “The Bikini Book”.
Peça escandalosa durante mais de uma década, o biquíni só conseguiu ser aceito plenamente nos anos 1960, quando a liberação sexual, os movimentos juvenis e as reivindicações feministas romperam todo tipo de tabu no mundo. “O biquíni se impôs em função da força das mulheres e não da força da moda”, destaca o historiador de moda Oliver Saillard. A emancipação da vestimenta “está sempre relacionada à emancipação da mulher”, acrescenta.
Mas o biquíni não é uma verdadeira invenção, mas uma peça reinventada. Em 1.400 AC, já eram usados na Grécia trajes de banho de duas peças. E os mosaicos romanos do século 4 mostram mulheres fazendo ginástica trajando o que chamaríamos hoje de biquíni, sem falar das roupas tradicionais das mulheres de muitas ilhas do Pacífico.
Mas no mundo ocidental, uma cultura secular de recato feminino havia imposto a ocultação, mais ou menos rigorosa segundo a época, do corpo feminino.
A progressiva emancipação feminina no século 20 foi mudando os costumes e com eles, a moda. Nos anos 1920 apareceram os primeiros trajes de banho de duas peças, mas limitados durante anos a certos ambientes, como o teatro de revista.
Começava a época da grande influência do cinema na sociedade e do “star-system”. E não se deve esquecer que, a partir dos anos 30, o chamado Código Hays, a legislação que impunha regras de moralidade e conduta ao cinema americano, proibia expressamente a nudez –e concretamente que se mostrasse o umbigo–, impondo um tipo de vestimenta na tela que servia de padrão para todas as mulheres.
O cinema adotou, portanto, a roupa de banho de duas peças em que a parte de baixo chegava até a cintura e a de cima destacava o busto. Pouco a pouco, a censura foi sendo burlada –e as peças, diminuindo. Em 1962, por exemplo, Marilyn Monroe, que havia posado de biquíni em várias fotos havia anos, aparece em seu último filme, o inacabado “Something’s got to give”, de George Cukor, com um quase biquíni cuja parte de baixo tem cós levemente levantado em curva, tapando apenas o umbigo.
Em 1956, estreava na França ‘E Deus criou a Mulher’, de Roger Vadim. O filme transformou Brigitte Bardot em um arquétipo de sensualidade feminina e impôs a moda do biquíni.
Desde então, o cinema criou várias referências de sensualidade feminina indissociáveis no imaginário popular do biquíni com que apareciam na telona: basta lembrar de Ursula Andrews saindo do mar com seu biquíni branco em “007 e o Satânico Dr. No” (1962) e Raquel Welch, de biquíni de pele de mamute em “1000 Séculos AC” (1966).
Uma vez popularizado o biquíni e esquecida sua conotação escandalosa, a liberdade do corpo seminu fez mais um avanço nos anos 1970. Em algumas das praias mais famosas do mundo, as mulheres se libertaram da parte de cima, inventando o ‘monoquini’, enquanto a diminuta tanga se popularizava no Brasil.
Rompidos os tabus, nos nossos dias a moda não hesita em recorrer novamente ao traje de banho de peça única, enquanto as grandes inovações dizem respeito à matéria-prima, criando peças com novos tecidos cada vez mais elásticos e confortáveis.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u61953.shtml
da France Presse, em Paris
Abaixo ALGUMAS musas que fizeram sucesso em seus biquinis

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