Crítica | Já conferimos Thor. Ele é bom?

Crítica | Já conferimos Thor. Ele é bom?

19/10/2017 0 Por Alan Uemura

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Thor (Chris Hemsworth) está preso do outro lado do universo. Ele precisa correr contra o tempo para voltar a Asgard e parar Ragnarok, a destruição de seu mundo, que está nas mãos da poderosa e implacável vilã Hela (Cate Blanchett).

É com certeza o filme mais alegre da Marvel. E supera em diversão Guardiões da Galáxia. Mas isso não quer dizer que seja bom.

Ter um filme engraçado, como Guardiões e Homem Formiga, é ter apenas mais um filme com nível leve e divertido. Isso é positivo e ao mesmo tempo negativo.

Negativo, pois aqueles fãs que querem um Thor mais sério e “descendo a porrada”, irão se decepcionar.

Irei separar o filme em pontos “que” podem ser positivos e negativos.

O filme está recheado de cenas de aventuras. E também com muitas tiradas do herói. Principalmente com a famosa do início do trailer com o Thor preso. Demonstra bem o quanto Thor não se importa com o perigo ou com seus inimigos. Não que ele menospreze o que está acontecendo e humilhe contra quem ele luta como no primeiro filme. Pelo contrário. Ele sabe o que está acontecendo e este alívio cômico ajuda não apenas a cena, mas entendemos que ele usa este artificio para entender o que está acontecendo e irritar seus adversários. É a velha narrativa dos quadrinhos para situar os leitores. Não é negativo, é ótimo e aceitável em Thor.

Outro aspecto é o uso de cores mais vibrantes, que foi muito criticado por “entendedores” de plantão que nunca leram uma HQ do Thor na vida. Os quadrinhos do Poderoso Thor sempre foram coloridos, cheios de vida, praticamente um espetáculo e luzes com amarelo, vermelho, ou seja, o próprio Arco-Iris. Assim como os closes que são dados nas HQs, mostrando todo o poder do personagem, o filme frisa da mesma maneira. Ele não é apenas o Deus do Trovão. Thor TEM que ser o Deus do Trovão, do contrário, como bem brincado no filme, ele seria apenas o Deus dos Martelos.

Thor Ragnarok também brinda os fãs dos filmes do Universo Cinematográfico Marvel (UCM), com um fan service. Já que nosso herói estará em um planeta totalmente desconhecido e irá encontrar seu velho amigo de batalhas, Hulk, e ficará muito empolgado, não podemos afirmar que Loki ficou tão feliz quanto seu irmão, adotivo. Apenas depois quando a luta se inicia e uma certa cena que ficou famosa aparece em meio socos, pontapés e espadas voando, que Loki ficará realmente feliz de ter dado o troco, mesmo que indiretamente.

Chris Hemsworth está a vontade em seu personagem. Assim como sua química com Mark Ruffalo. Os dois brincam um com o outro, completam frases e sabem os limites de cada um, isso se existe limite em um universo com o Hulk. E o Gigante Esmeralda ganhou falas! Curtas e diretas! E um ótimo piadista. Afirmo que Hulk além de batalhas contra o Thor, também ganha em ser o mais engraçado.

E agora vem a parte negativa. Com spoilers.

Em se tratando de um filme com o título RAGNAROK, era de se esperar que a trama tivesse uma dramaticidade. Algo com o que se importar, já que Hela, vivida por Cate Blanchett, a deusa da morte, quer conquistar Asgard. E a leitura do filme começa a se firmar quando percebemos que ela não trará o fim dos tempos para o Reino de Odin. Ela quer conquistar Asgard! De que maneira? Como todo bom vilão e seus clichês de ser o mais poderoso. E neste quesito, Hela é a mais poderosa. Só que a personagem se torna o problema existente nos filmes da Marvel. É apenas uma vilã que não dá medo e é esquecida completamente pelo público durante a história. Só dá para lembrar que ela existe, quando Thor comenta sobre deverem voltar para enfrentar a Deusa da Morte.

Outro personagem pessimamente trabalhado é o de Karl Urban, como Skurge. Infelizmente o personagem não fez a menor diferença de estar no filme. O roteiro para um dos personagens mais interessantes, ficou resumido a viradas de rosto do ator e uma proeza no final que não trouxe nem mais, nem menos para tudo o que estava acontecendo. E o mesmo para o Loki de Tom Hiddleston. Um personagem tão bom, que no filme é apenas um cara que fica correndo ao lado do Thor de um lado para o outro.

Esta dramaticidade foi extinta. Saber que o Ragnarok, o fim dos Deuses se aproxima, não existiu. E nesta parte, Thor também peca. Que Deuses irão morrer? Parece existir apenas Thor e Loki como Deuses de Asgard. Os outros personagens que fomos apresentados no passado praticamente ficam segundos na tela. Os três Guerreiros tão queridos, Fandral, Volstagg e Hogun, tem uma aparição (parece mais isso mesmo), tão rápida, que até o Flash ficaria com inveja. E Lady Sif nem ao menos é comentada.

O roteiro e a direção não entregam a dor e a urgência de se retornar para Asgard para enfrentar Hela. Sendo que ela nem ao menos é o Ragnarok. Já que, novamente, ela deseja conquistar e não destruir.

Os momentos tensos são todos quebrados com piadas, que te fazem rir, mas não deixam o expectador evoluir com os acontecimentos. Ninguém iria querer ajudar Thor a salvar seu lar com tantas piadas e uma aparência de ir hoje ou amanhã, tanto faz. Ainda mais por ele nem saber quanto tempo passou desde que chegou no planeta do Grão Mestre, interpretado muito bem por Jeff Goldblum.

O filme possui duas cenas pós créditos. A primeira, um pouco mais complicada para quem não viu os trailers de Guerra Infinita, faz uma ligação direta com a cena do Thor desmaiado e sendo resgatado pela tripulação da equipe dos Guardiões da Galáxia. A segunda, é apenas uma cena do próprio filme.

Thor Ragnarok é bom! Sua trama é enfática em ser uma comédia e claramente voltada para um público que não viu ou perdeu algum dos outros filmes da franquia do Universo Marvel. Pois ele praticamente traz poucas ligações com Vingadores e outros personagens, a não ser em comentários.

E também é voltado para quem procura apenas diversão e rir loucamente com as piadas. Mas se espera o título do filme sendo a adaptação dos quadrinhos ou a história do Crepúsculo dos Deuses, esqueça. Pois irá se decepcionar.

Portanto, vá ao cinema, confira por si mesmo. Tenha seus próprios argumentos e o mais importante: Divirta-se sempre!

E que subam as cortinas! Até a próxima!!