Celso Sim lança o álbum “O Amor Entrou Como Um Raio

Celso Sim lança o álbum “O Amor Entrou Como Um Raio

07/11/2017 0 Por Alan Uemura

[widget id=”yuzo_widget-4″]

Já está disponível em todas as plataformas digitais, o novo álbum do cantor Celso Sim, “O Amor Entrou Como Um Raio”.

Autor destes versos acima, o compositor baiano Batatinha, Oscar da Penha, morreu em 1997 aos 72 anos e deixou uma obra rara de sambas extremamente sofisticados e existencialistas. Em 2017 são 20 anos sem Batatinha.

“O Amor Entrou como um Raio”, lançado pelo selo Circus, traz 11 canções de Batatinha com uma formação musical contemporânea e arranjos tropicalistas que penetram, tangenciam e contornam o gênero samba com violões, cavaquinho, guitarra e bandolim de Webster Santos, cello de Filipi Massumi, músicos baianos residentes em São Paulo como o pernambucano Maurício Badé (percussão).

O cantor e compositor Celso Sim, depois dos elogiado álbum “Tremor Essencial” (2014) e do premiado “Elza Soares, A mulher do fim do mundo” (2015), do qual é diretor artístico, compositor e cantor, se dedica à obra de um dos maiores compositores de canções do Brasil, interpretando os sambas mais relevantes de Batatinha.

Considerado um sambista tão bom como Cartola e Nelson Cavaquinho, Batatinha nunca foi tão popular. Justamente por isso, por sua obra ainda não ter a dimensão popular de Caymmi, Cartola ou Tom Jobim, nos oferece um mundo musical único e fresco, como se lembrássemos de músicas de um tempo sem tempo e que habitam a nossa memória sonora nas vozes de grandes cantoras e cantores, principalmente na voz de Maria Bethânia.

Cantor, ator, cineasta e “urbanista diletante”, o paulista Celso Sim transita por várias vertentes artísticas. Esse seu sétimo disco nasceu da paixão por Batatinha. Por que Batatinha? Porque é um gênio da canção brasileira. O repertório gravado faz uma fenomenologia do carnaval através da polaridade prazer-sofrimento, dádiva-dívida, íntimo-público, confissão-expiação, labuta-festa, onde o carnaval é uma perspectiva de fuga e acesso à uma humanidade perdida e/ou esquecida para o poeta que sabe e canta o desencanto sem drama, o sofrimento sem tristeza e até mesmo com altivez e elegância. Sofrimento tão extenso que mesmo a possibilidade de superação, transcendência e/ou suspensão dessa dor traz dúvidas como em “se eu deixar de sofrer, como é que vai ser para me acostumar”, e o que emerge desse mergulho é o seu contrário, o alento, nesta singularidade do samba e do blues.

O resultado é um álbum autoral sem nenhuma música do autor, com a forte personalidade de Celso Sim expressa em cada detalhe. O projeto gráfico é um espetáculo à parte, com foto inédita de Batatinha na capa, clicada por Pedro de Morais e fotografia de Pierre Verger no encarte.

Clique aqui para ouvir.

Celso Sim começou a cantar profissionalmente em 1991, com Jorge Mautner, com quem estudou composição, canto e trabalhou durante 10 anos (1990-2000). É ator formado pela diretora e atriz Myriam Muniz, com quem estudou e trabalhou durante 5 anos (1984-1989). Desde 1994, colabora com o Teatro Oficina, dirigido por Zé Celso Martinez Correa, como cantor, ator e principalmente compositor. Ganhou o Prêmio Shell de melhor música em 2002, junto com Zé Miguel Wisnik e Tom Zé, pelo trabalho realizado em “Os Sertões: A Terra”. Foi indicado três outras vezes ao mesmo prêmio (1998, 1999, 2003), por trabalhos realizados no Teatro Oficina.

É colaborador da Cia Livre de Teatro, dirigida por Cibele Forjaz, desde a fundação; ator e autor de trilhas musicais de diversos curta-metragens de cinema; atuou nos filmes “Carandiru” de Hector Babenco e “Canção de Baal” de Helena Ignez. Como cantor, já se apresentou com Tom Zé, Walter Franco, Jards Macalé, Marília Medalha, Wilson Sukorski, Bocato, Suzana Salles, Jorge Mautner, Wanderleia, Nelson Jacobina, Arthur Nestrovski, Luiz Tatit e Zé Miguel Wisnik, entre outros.

Em 2013 concebeu e realizou a obra “Penetrável Genet / Experiência Araçá” com a arquiteta Anna Ferrari, para a X Bienal de Arquitetura de São Paulo. Em 2015 dirigiu e atuou no espetáculo “Agora Eu Vou Ficar Bonita”, de Regina Braga e Drauzio Varella.