TodaTeen: Gaby Brandalise fala sobre a importância da coreografia no K-Pop!

TodaTeen: Gaby Brandalise fala sobre a importância da coreografia no K-Pop!

20/04/2018 0 Por Alan Uemura

[widget id=”yuzo_widget-4″]

Já parou pra pensar em como seria o K-Pop sem todas as coreografias incríveis?

*Artigo exclusivo da autora Gaby Brandalise para a TodaTeen. Leia aqui.

K-Pop é, sim, um conjunto de coisas maravilhosas: danças, figurinos, cenários, músicas contagiantes. Mas já parou para pensar na real importância das coreografias no K-Pop? A escritora de “Pule, Kim Joo So” e Kpopper Gaby Brandalise dividiu o que pensa desse assunto com a gente. Confira!

Adele é uma das vozes mais reconhecidas no mundo. Ouvi-la é certamente um privilégio. Tanto que no palco, normalmente, não há muita coisa acompanhando a cantora, apenas um microfone, uma banda ou somente um piano. Porque toda a performance dá zoom no timbre e na capacidade vocal da diva. O irônico é pensar que se Adele fosse coreana e fizesse performances assim na indústria do K-Pop, se não considerarmos o padrão de beleza coreano, mas apenas a carga artística, talvez não fosse um sucesso absoluto. Por quê? Em partes, porque Adele não dança.

O K-Pop é um grande espetáculo em que é possível afirmar que a coreografia é um dos aspectos que tornam a experiência para os fãs em um debut ou em um comeback tão incrível. Não é anormal você ouvir pessoas que curtem o estilo contarem que, quando só ouviam música brasileira ou norte-americana, não prestavam tanta atenção assim, pelo menos não com um olhar tão refinado, quando seus artistas preferidos executavam passos no palco.

O jeito coreano de fazer música muda essa perspectiva porque o que é vendido é muito mais do que um álbum novo com faixas inéditas. É um pacote, em que você ouve, vê e sente. Assim, uma das coisas que mais geram expectativa quando as pessoas estão aguardando por um comeback ou por um debut é saber como será a coreografia. Tanto que no caso de singles mais calmos, em que não há dança, a produção é mais carregada nos cenários das lives para manter a atenção dos fãs.

Claro que se a música for boa, ajuda muito, mas, no geral, é a performance completa, com toda a movimentação no palco ou no MV, que faz o K-Pop ser o que é. Nos raros casos em que apenas a música foi lançada, a sensação é de que o trabalho está incompleto, como aconteceu recentemente com o álbum póstumo de Jonghyun, membro do SHINee que morreu em dezembro de 2017. O single foi muito bem recebido. E, com certeza, não houve um fã que não ficou triste e curioso pensando em como seria a performance de Shinin’.

Talvez por ser esse pacote completo, de vocal, dança e visual, é que os fãs consigam acompanhar os comebacks sem se cansarem, já que o processo é um tanto repetitivo. Neles, o público irá ver o grupo ou o solista apresentar a mesma performance inúmeras vezes em várias emissoras coreanas e premiações, até a exaustão. Muito pouco muda de uma para a outra. Ainda assim, cada uma delas é muito esperada. Talvez, se fosse sempre um artista cantando acompanhado apenas de um look clássico e de um piano, como Adele faz, por exemplo, a coisa seria diferente.

O K-Pop tem um tipo de apresentação que traz estímulos sensoriais e visuais que o canto, sozinho, não pode entregar. Quando o EXO estreou, antes mesmo de qualquer lançamento oficial, foram divulgados 23 teasers, sendo sete deles solos do membro mais novo, Kai, um dos dançarinos mais fortes do grupo. E em outros cinco, ele dividia o espaço com os outros membros. O que quer dizer que Kai estava em mais da metade dos teasers liberados antes mesmo de o público saber os nomes de boa parte dos integrantes. Definitivamente, ele era um destaque.

Outro exemplo é o BTS, um grupo que virou um hit não porque as vozes juntas funcionem como um coral, mas porque os sete membros conseguem entregar performances marcantes, cheias de carisma e com uma sincronia perfeita na dança. E aqui, podemos citar Jungkook e Jimin como dois dos membros mais populares, não coincidentemente conhecidos por serem bons dançarinos.

Outra explicação está no poder das coreografias em valorizar um trabalho em um meio saturado como o da música. Uma dança cativante pode fazer com que as pessoas retenham melhor um bom single, como aconteceu com Move, de Taemin. Os passos minimalistas e muito intensos viralizaram nas redes sociais, o que deu mais força ainda para a música de comeback do artista.

Talvez se Adele estivesse no K-Pop, seria uma cantora muito respeitada, mas que não receberia tanta atenção como seus colegas mais performáticos. Isso porque o K-Pop ama coreografia, imagem e conceito. Uma voz excelente, às vezes, não é o mais importante no meio do espetáculo.

SOBRE A AUTORA: Gaby Brandalise é jornalista, escritora e tem um canal no YouTube. Começou escrevendo fan fictions de cantores, bandas e seriados. Depois, partiu para romances, crônicas, artigos, poemas e até músicas. É casada e tem um gatinho lindo chamado Gandalf (que tem esse nome porque é cinza e meio velho). Considera-se viciada em dramas coreanos, kpop e pasta de amendoim. No mais, segue iniciando os regimes às segundas.

Sinopse: O que você faria se precisasse escapar da sua própria vida? Marina vive em Curitiba, atormentada pelas agressões do ex-namorado. So vive em Seul, preso a uma culpa da qual não consegue se livrar. Em mundos tão distantes, mas carregando dores parecidas, a história dos dois vai se cruzar e fazer com que eles finalmente tomem o controle da própria vida, encontrando o ponto de virada que sempre buscaram. Pule, Kim Joo So é uma história ágil e original, que vai surpreender e divertir da primeira à última linha.

Título: Pule, Kim Joo So
Autora: Gabriela Brandalise
Editora: Verus
ISBN: 9788576866466
Ano: 2017
Páginas: 208
Preço: 29,90