Crítica | X-Men Fênix Negra

Crítica | X-Men Fênix Negra

06/06/2019 Off Por Surya Bueno
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Sempre que possível tento em minhas críticas “salvar” ou “extrair” algo de bom de algum filme, seja a trilha sonora, fotografia ou interpretação. Nunca um filme é um completo desastre (Salvo aqueles que são feitos com essa intenção), – mas infelizmente não consegui salvar nada desse que foi o último suspiro de um filme que prometia encerrar de maneira magnífica uma saga com quase 20 anos de cinema.

Nos anos 2000, oito anos antes de Homem-de-Ferro, e que lançou as alturas Hugh Jackman como o emblemático Wolverine, a Fênix Negra estreou, decepciona e entristece os fãs por ser um filme preguiçoso e sem vida. Um triste fim que esperamos seja renovado como a fênix agora nas mãos da Disney/Marvel.

X-Men: O filme de 2000 mostrando-se uma trama sci-fi acima de seu tempo. Como nos quadrinhos jogou na nossa cara uma história que abrangia questões fortes e humanas envolvendo preconceito e xenofobia com diálogos precisos, questões sociais e políticas que são a razão de grandes conflitos que existiram e sempre vão existir na história da humanidade.

Depois “o prequel” de Primeira Classe em 2011 deu um frescor a franquia com um elenco novo e mais uma vez com uma história até superior ao destino que os filmes “originais” seguiam, com uma trilha sonora original, fotografia excelente e elenco alinhado.

Consequentemente devido ao sucesso tivemos uma sequência com “Dias de um Futuro Esquecido” com Hugh Jackman como Wolverine e o sucesso envolvendo o personagem Mercúrio vivido pelo ator Evan Peters em uma cena marcante do cinema onde o vemos o personagem resgatando Magneto da prisão. (a seguir).

Estilo de cena que foi “reaproveitada” até mesmo em Liga da Justiça e tornou-se tão icônica quanto o “bullet time” de Matrix.

Durante uma missão de resgate no espaço com risco de vida, Jean é atingida por uma força cósmica que a transforma em um dos mais poderosos mutantes. Lutando com esse poder cada vez mais instável, e também com seus próprios demônios, Jean fica fora de controle, dividindo a família X-Men e ameaçando destruir a própria estrutura do nosso planeta. 

De uma maneira bem simples, esse longa que teve como início o excelente Primeira Classe, parece aquele trabalho em grupo na escola onde cada um faz uma parte, sem saber exatamente qual é a ideia do outro e depois “junta tudo” e entrega para professor.

Nesse último ator, com a Fênix Negra, Sophie Turner (Jean Grey) bem que tentou, mas sua personagem (como todo o resto do elenco) recebeu falas digna da novela Os Mutantes, repetitivas, sem objetivo, sem foco.

O mesmo vale para a personagem Mística vivida pela atriz Jennifer Lawrence que durante sua crescente carreira tornou-se maior que a personagem a ponto de transformá-la em líder e pensadora do grupo X-Men, o que me incomodou, e muito.

Outro personagem que se perdeu na história foi Xavier que apesar de ser interpretado pelo excelente James McAvoy acabou com as piores falas do longa.

Para não falar que foi um completo desastre, pelo menos temos uma boa sequência envolvendo fogo no final, mas antes perderam créditos em uma cena de ação no trem onde o mesmo vagão foi destruído várias vezes dando a impressão que o trem era mais longo do que o normal.

Escrito e dirigido por Simon Kinberg, roteirista que adaptou a mesma HQ no terrível X-Men 3: O Confronto Final (2006), tudo se perde em apresentar uma vilã genérica sem objetivo, uma  trilha sonora de Hans Zimmer, quase inexistente que se repete durante todo o filme, sem o tema principal que agradou e seguia por toda a franquia.

Enfim, é com uma imensa tristeza que depois do excepcional Logan de 2017 tenhamos um final tão trágico como esse filme. Que venha a fase Disney com um reboot, por favor.