Crítica | Uma Dobra no Tempo

Crítica | Uma Dobra no Tempo

29/03/2018 0 Por Alan Uemura

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Os irmãos Meg (Storm Reid) e Charles (Deric McCabe) decidem reencontrar o pai, um cientista que trabalha para o governo e está desaparecido desde que se envolveu em um misterioso projeto. Eles contarão com a ajuda do colega Calvin (Levi Miller) e de três excêntricas mulheres em uma ousada jornada por diferentes lugares do universo.

 

Sem dúvida alguma, adaptar livros é sempre algo complicado. E um, que é praticamente leitura obrigatória nas escolas americanas, torna-se algo muito mais difícil.
Mas não é bem isso o que aconteceu, com o livro escrito por Madeleine L’Engle.
Uma Dobra no Tempo, é um livro que soube envelhecer. Traz um tema atemporal sobre descobertas, problemas na escola, convívio com outras pessoas e principalmente em auto aceitação.
Buscar esse equilibrio, em querer aceitar as respostas, é o grande problema para a maioria das pessoas. Elas fazem as perguntas, mas realmente querem saber a resposta?
A adaptação para os cinemas sofreu com algumas modificações, principalmente em relação a protagonista. De branca, a negra. Isso causou um certo alvoroço que não faz o menor sentido. O mesmo para outros personagens. Sobre estas escolhas, DuVernay, diretora do longa disse que “Reese é a produtora mais badalada do meio. Oprah é a mais prolífica e venerável lenda da televisão, além de ser uma artista e empreendedora. E Mindy é uma das poucas mulheres tocando um programa de TV com o nome dela, sobre ela”. E acima de tudo, estas três artistas são líderes em seus meios.
Independente das escolhas, Uma Dobra no Tempo é um filme para crianças.
E estas crianças estão pouco ligando que se o personagem na tela é de algum gênero, etnia, seja o que for, diferente do que está nos livros.
Porque o filme, conversa com elas. A principal mensagem de Uma Dobra no Tempo, é sobre a busca, sobre crianças serem a luz para combater as trevas e aceitar umas as outras.
É sobre o amor. Não o amor romântico mostrado em filmes, mas aquele existente nas pessoas, que amam não apenas a sua família, amigos, mas principalmente a si mesmas.
E ao realizarem críticas insensíveis fazendo perguntas de “por ques” a escolha de atores ou caminhos que o filme segue, estes jornalistas esquecem os reais motivos da história.
Voltando ao filme, Uma Dobra no Tempo trás uma boa adaptação. Não é a melhor já realizada de um livro, mas consegue trazer para as telas cada sentimento de seus personagens.
A fotografia é fenomenal com seus jogos de cores. Os sentimentos, é algo até “Disney” de ser, e é isso o que queremos. Um longa com emoção.
Esta é uma aventura para crianças de 8 a 12 anos. E para que os adultos lembrem que um dia foram crianças com anseios e que os únicos problemas a serem enfrentados, eram aqueles que nós mesmos criávamos. E que para muitos, ainda persistem até a vida adulta.
Vale a pena ver, pensar e conversar com seus filhos sobre estes assuntos.
E ainda mais, saber que aqueles que mais amamos, também tem o poder de nos machucar da pior maneira, pois nos conhecem. Mas quem realmente somos, apenas nós sabemos.
Uma Dobra no Tempo é para ser visto e revisto. Não importa a sua idade.
Apenas sente-se e aprecie o filme, com a visão e a alma de uma criança.
E que subam as cortinas! Até a próxima!