Crítica | Venom abre portas para o universo de Vilões

Crítica | Venom abre portas para o universo de Vilões

04/10/2018 Off Por Natan Uemura
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San Francisco, Estados Unidos. Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista investigativo, que tem um quadro próprio em uma emissora local. Um dia, ele é escalado para entrevistar Carlton Drake (Riz Ahmed), o criador da Fundação Vida, que tem investido bastante em missões espaciais de forma a encontrar possíveis usos medicinais para a humanidade. Após acessar um documento sigiloso enviado à sua namorada, a advogada Anne Weying (Michelle Williams), Brock descobre que Drake tem feito experimentos científicos em humanos. Ele resolve denunciar esta situação durante a entrevista, o que faz com que seja demitido. Seis meses depois, o ainda desempregado Brock é procurado pela dra. Dora Skirth (Jenny Slate) com uma denúncia: Drake estaria usando simbiontes alienígenas em testes com humanos, muitos deles mortos como cobaias.

Venom é um filme classificação 14 anos. Portanto, não dá para se esperar muita violência e uma temática mais adulta como por exemplo de Logan.

A grande missão do filme era desassociar para um público mais antigo o grande fracasso de ter apresentado um Venom em Homem Aranha 3 que ainda amarga nas lembranças dos fãs. E também de um inimigo do personagem nos quadrinhos.

Lógico que nos dias de hoje quem vai ao cinema muitas vezes nem sabe quem é Venom e acaba assistindo ao filme por ser mais um personagem vindo das HQs. E com isso, certamente, Venom poderá agradar, ter um bom número de bilheteria e trazer uma sequência com mais qualidade.

Infelizmente, o filme do vilão – anti herói – vilão e com sérios problemas de personalidade, continua com os mesmos problemas de personagens vindos dos quadrinhos: ter um antagonista a altura. Nem mesmo Homem de Ferro, Capitão América, Vingadores, para ficar nos filmes da Marvel, conseguiram apresentar um vilão que realmente deixasse o público preocupado. E não é por falta de bons vilões. Poucos como Ian McKellen ou Michael Fassbander como Magneto, conseguem ser atrativos para o público em suas dualidade. E mais recentemente Michael B. Jordan (Creed) como Erik Killmonger em Pantera Negra.

A história, como já é de se esperar (são mais de 10 anos de adaptações e ainda tem gente que acredita que será fiel?), não segue a linha original do personagem, mesmo assim se assemelha bastante aos quadrinhos. E isso graças ao roteiro de Scott Rosenberg e Jeff Pinkner que souberam trabalhar essa adaptação, respeitando a base do personagem e sabendo o situar sem ter a necessidade de explicar anos e anos de histórias, desde Guerras Secretas quando ele nasce até os dias atuais.

Outro problema do filme, parece estar aí também. Em querer mostrar uma origem muito rápida para o personagem.

Dentre os pontos positivos, está Tom Hardy. Sua atuação como Eddie Brock está dentro do que é apresentado nos trailers. No início ele é mais caricato, com tiradas cômicas que parecem destoar do personagem. Mas não é bem isso.

Eddie Brock é deste jeito nas HQs. Um cara destoado de todo o universo do Aranha. A ideia é realmente mostrar uma pessoa totalmente diferente e incomodar o público aparentando que Tom Hardy não condiz com o personagem, para em seguida ele ser algo completamente diferente. E não é isso em que se trata Venom? De dois personagens totalmente diferentes que irão se tornar um e terem uma nova identidade?

Pela faixa etária e “qualidade Marvel”, o filme possui muitos alívios cômicos, que podem incomodar algumas pessoas e agradar a outros. Mas não tem como não achar engraçado as tranformações de Eddie Brock em Venom. E novamente Tom Hardy mostra toda a sua qualidade como ator em nos brindar com uma atuação de Eddie Brock e Venom. A voz e parte corporal de Hardy mostra o quanto ele estava tranquilo com o papel.

A atriz Michelle Williams, mostrou química ao trabalhar com Tom Hardy e também cresceu e muito durante a história. Mesmo assim, pela qualidade da atriz, o roteiro poderia ter dado um pouco mas de exigência para seu personagem.
O mesmo para os outros secundários.

A ação do filme é boa e serena, onde o público consegue visualizar cada ação, isso graças a equipe de cortes e a direção de câmera. É muito comum nos dias atuais a ação ter cortes rápidos em suas cenas ou a famosa câmera nervosa (aquela que treme), deixando o público realmente irritado por não entender nada do que está acontecendo na tela.

Os efeitos do Venom irão dividir o público. Alguns mais antigos irão o comparar com a adaptação de Spawn para as telonas de Todd McFarlane. Por sinal, o desenhista e roteirista é creditado no filme, graças a ter revolucionado o universo do Homem Aranha.

Venom de Todd

Venom pode não ser o melhor filme baseado em quadrinhos, mas é promissor e com certeza ganhará uma sequência. Lembrando que nem todos os filmes Marvel, são realmente o que se esperam deles. Afinal de contas, estamos falando de adaptações!