Crítica | Alita: Anjo de Combate

Crítica | Alita: Anjo de Combate

12/02/2019 Off Por Surya Bueno
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Fiquei com dúvidas se realmente aquilo que “senti” sobre o longa escrito por Laeta Kalogridis e James Cameron foi realmente o justo.

Baseada no mangá de Yukito Kishiro, originalmente chamado apenas de Gunm, a história de Alita: Anjo de Combate é bem simples. A pequena ciborgue é encontrada no lixão da cidade de Zalem – a última grande metrópole aérea deixada após a grande guerra conhecida apenas como “A Queda”. Alita ganha um novo corpo, e sem lembranças de seu passado, porém em meio a uma extrema curiosidade sobre a sua história, acaba descobrindo que é muito mais poderosa do que imagina.

E é justamente nesse link do passado com Zalem que Cameron perde a oportunidade de fazer uma ótima adaptação, chegarei nesse ponto mais adiante.

Rosa Salazar está brilhante como Alita, mesmo com o resultado final sendo feito totalmente em CGI. É possível sentir cada detalhe, emoção em seus olhos grandes e brilhantes, nesse quesito a equipe de Cameron está de parabéns, é impossível não se apaixonar por ela e seu pai adotivo vivido por Christoph Waltz como Dyson Ido.

Em contra-parte estão os vilões interpretados por Mahershala Ali e Jennifer Connelly que estão tão distantes da pequena Ciborgue que nem parecem uma ameaça real e que servem somente de gancho para uma suposta continuação.

As cenas de combate com Alita deixam qualquer um de queixo caído, e a corrida de  Motorball, um violento jogo praticado pelos habitantes da Cidade de Ferro é maravilhosa, bastante violenta por sinal. Mas como lembrado entre os jornalistas, sangue vermelho aumenta a censura, sangue verde não.

Hugo e Alita, o casal incompreendido

Hugo, vivido por Keean Johnson, é um personagem que dividiu opiniões, por ser o par romântico da pequena. Eu já defendo essa inserção, afinal quem poderia se apaixonar por uma pessoa que é 95% máquina? Nos dias de hoje com a Cybertech avançando a velocidade da luz, quem pode prever que no futuro poderemos chegar ao ponto que o corpo é apenas um suporte para o cérebro? Blade Runner está aí para provar isso, e até mesmo Ghost in The Shell.

No geral Alita acertou na ação e efeitos especiais e errou em alongar demais o que não era importante e deixar tudo para o segundo tempo, ou o segundo filme. Mas é bem divertido e cativante, apesar de deixar mais perguntas que respostas.

Quanto mais simples, melhor, Avatar é a grande prova e foi sucesso justamente por isso.

Ficha Técnica

Título: Alita: Anjo de Combate (Alita: Battle Angel)

Ano: 2019

Data de lançamento: 14 de fevereiro (Brasil)

Direção: Robert Rodriguez

Duração: 122 minutos

Sinopse: Uma ciborgue desativada é ressuscitada, mas não consegue lembrar de nada do seu passado e precisa partir em uma jornada para descobrir quem é.