Crítica | Operação Red Sparrow

Crítica | Operação Red Sparrow

28/02/2018 0 Por Alan Uemura
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Outrora talentosa bailarina, Dominika Egorova (Jennifer Lawrence) encontra-se em maus bocados quando é convencida a se tornar uma Sparrow, ou seja, uma sedudora treinada na melhor escola de espionagem russa. Após passar pelo árduo processo de aprendizagem, ela se torna a mais talentosa espiã do país e precisa lidar com o agente da CIA Nathaniel Nash (Joel Edgerton). Os dois, no entanto, acabam desenvolvendo uma paixão proibida que ameaça não só suas vidas, mas também as de outras pessoas.

Obras de espionagem sempre lembram grandes missões, protagonistas fortes e várias intrigas. Operação Red Sparrow (Red Sparrow) possui alguns desses elementos, mas foge da visão conhecida de filmes de espiões.

Adaptado do livro Roleta Russa, de Jason Matthews, a trama escolhe um caminho diferente, onde a protagonista Dominika (Jennifer Lawrence) não é introduzida já como espiã, mas também não se foca em mostrar seu treinamento para isso. De uma maneira bem simples, o roteiro apresenta os fatos que levaram a personagem a aceitar trabalhar para o governo da Russia, enquanto deixa clara sua motivação pessoal principal e mostra bem pouco de tudo que ela precisou aprender para poder encarar as missões.

Colocando novamente os Estados Unidos e a Rússia em um jogo de poder, Operação Red Sparrow apresenta uma batalha direta entre os dois serviços de inteligência dos países. No meio dessa briga, está Dominika e o agente Nate (Joel Edgerton). Entre momentos e missões, a trama se desenvolve investindo em intrigas e reviravoltas, que consistem em deixar sempre uma dúvida sobre o verdadeiro objetivo da protagonista.

Em relação à batalha de mentes, o longa é muito satisfatório. Deixando pontas soltas que irão se amarrar em momentos futuros e justificando bem as ações dos personagens, a obra parece realmente uma Roleta Russa e entrega um interessante jogo de inteligência. Entretanto, diferente do que o público está acostumado a ver, não há muita ação no filme. Com o foco nas artimanhas dos personagens, o ritmo fica bem monótono e, salvas apenas algumas cenas com mais violência, é visualmente bem parado. Não chega a ser um grande problema, mas pode sim prejudicar a experiência para alguns espectadores.

Jennifer Lawrence entrega uma ótima atuação. A atriz já mostrou seu potencial em filmes como Mãe!, porém aqui mostra um lado totalmente diferente, onde precisa mudar constantemente de expressão, enquanto participa de cenas de tortura e exposição sexual. Jeremy Irons, que possui um papel bem menor, como de costume consegue roubar a cena em cada breve aparição, reforçando seu talento. Charlotte Rampling, que trabalha como a fria treinadora dos Red Sparrows, é outro destaque, entregando tão bem seu papel que parece ter sido feito para ela.

A direção de Francis Lawrence manuseia muito bem as cenas e cortes, mantendo um interessante suspense estratégico que consegue prender o interessante. Entretanto, não chega a remediar a falta de ação e para aqueles que desejavam uma experiência no melhor estilo James Bond, o filme certamente irá ficar cansativo.